Briga no DF, há quem culpe a polícia

Me lembro quando não existiam grades nem cordões policiais para dividir torcidas no estádio. Torcedores rivais podiam entrar pelo mesmo portão e não existiam brigas.

Os estádios cheios e as pessoas respeitando o direito do próximo de torcer para outro time.

Para quem é mais novo e que não viveu essa época esse relato hoje é quase utópico.

Bons tempos aqueles, que infelizmente acabaram, quando baderneiros se infiltraram formando gangues nas organizadas, que no início eram as pacíficas “uniformizadas” ou “charangas”.

No domingo, em Brasília, vimos um exemplo de selvageria que esperávamos não acontecer em um dos novos estádios da Copa.

O que imaginava, eram os torcedores confortavelmente acomodados nos seus respectivos assentos numerados, assistindo tranquilamente os jogos.

O que me chamou a atenção foram algumas críticas feitas à polícia militar e à organização do estádio por não ter separado as duas torcidas.

Como esta manchete do Estadão: Segurança mostra falha com briga no Mané Garrincha

Vivemos então uma inversão de valores.

O torcedor de bem não tem segurança e os vândalos precisam de segurança especial?

Se os torcedores não forem separados e houver briga é culpa da polícia?

É o mesmo que acusar médicos por existirem doentes ou os bombeiros de causarem incêndios.

Vejo que o trabalho da polícia está apenas no meio dessa situação. Na nascente falta a prevenção e no final a punição.

A polícia apenas “enxuga gelo”, prende, faz um TCO, por força da lei libera o infrator e no jogo seguinte está lá de volta.

Essa situação começa com a falta de educação desses baderneiros, que não poderiam entrar nos estádios. Mas eles estão sempre lá, apoiados pela impunidade e pela conivência dos comandos das torcidas organizadas.

Esse quadro pode mudar, quando houver dentro das organizadas, ações para destruir o ódio e a rivalidade violenta, estabelecendo um lema de paz e respeito.

Andre Isac

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