Teixeira ainda não saiu. Federações discutem substituto

A iminente saída de Ricardo Teixeira do comando da CBF deixou os bastidores das federações agitadíssimos. Os presidentes passaram a quinta-feira entre telefonemas e articulações.

A maioria dos “aliados” sabe que a permanência de Teixeira é insustentável. Não foi nesta quinta. Será a qualquer momento.

O “papai” ainda não morreu, mas os “filhos” estão de olho na herança.

O assunto já provocou divisões. Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha, lidera um movimento por novas eleiçoes.

Marco Polo del Nero, acha que esse seria um movimento anti-São Paulo. José Maria Marín, o vice mais velho, foi indicado por del Nero. O presidente da Federação Paulista defende que o estatuto seja respeitado.

O medo de Novelletto é um super-poder dos paulistas na CBF. Com Marín, Nero e Sanchez tendo poderes na entidade.

O presidente da Federação Pernambucana, Evandro Carvalho, chamou de golpe uma eventual eleição. Ele defende a colocação do vice. Evandro revelou ter recebido 13 telefonemas de federações para saber a sua opinião sobre o tema.

O presidente da Federação Baiana, Ednaldo Rodrigues, disse que Teixeira fará um pronuncimento até sábado. Ele só não sabe qual será o assunto.

O presidente da Federação de Sergipe, Carivaldo de Souza, disse que falou com Teixeira lhe falou ao telefone que não existe essa história de renúncia.

Paulo Schettino, da Federação Mineira, é a favor de uma assembléia para discutir o caso.

Mauro Carmélio, do Ceará, disse por meio de sua assessoria de imprensa que não comentará a possível saída de Teixeira por “questão de ética”.

Ricardo Teixeira passou a manhã reunido no Comitê Organizador da Copa do Mundo, nomeou o ex-jogador e deputado estadual Bebeto como membro do COL ao lado de Ronaldo. Teixeira chamou mais um “bobo” para a corte.

À tarde, Teixeira almoçou com alguns dirigentes como o vice-presidente da CBF José Maria Marín; o presidente da Federação Paulista, Marco Polo del Nero, seu vice-presidente, Reinaldo Carneiro de Bastos e André Pitta, presidente da Federação Goiana de Futebol.

Enquanto os dirigentes discutem um sucessor, Teixeira pode tomar essa decisão e escolher quem ele quiser. Em caso de licença o artigo 35 do estatuto da CBF diz:

“Substituirá o Presidente, no caso de ausência ou impedimento ocasional, o Vice-Presidente que por ele for designado”.

Em caso de renúncia vale o artigo 37:

“Se ocorrer vacância do cargo de Presidente em qualquer momento do mandato, completará o período o Vice-Presidente mais idoso”.

Os vice-presidentes da CBF são: Fábio Marcel Nogueira (Sul), Fernando José Macieira Sarney (Norte), Marco Antonio de M. Ferreira (Nordeste) e Weber Magalhães (Centro-Oeste). Com carreira política em São Paulo, Marin já foi vereador, deputado estadual e chegou a governador do estado entre 1982 e 1983, pois era vice de Paulo Maluf. Recentemente, ficou famoso no meio do futebol por ter colocado no bolso uma das medalhas que deveria ser entregue ao Corinthians na cerimônia de premiação da Copa São Paulo de Juniores.

Uma coisa é certa: Antes de sair, Teixeira vai decidir o seu substituto.

Andre Isac

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