A crise do Dragão
O Atlético/GO está em crise. Desde 2005 não se via nada parecido.
Por mais que tenha suas limitações, o time teria condições de render muito mais.
Em campo, jogadores desmotivados, desunidos, desentrosados e fora de forma.
Fora dele, uma guerra fria entre o presidente e o vice do clube.
Fui avisado, na segunda-feira, que as coisas não iam bem.
Na terça os muros amanheceram pichados.
Os jogadores Marino, Diogo Campos, Bida, Paulo Henrique, Willian e Ernandes, apareceram no “Muro das lamentações.
Algumas pichações, começaram ou terminaram, ao lado da entrada principal, onde há uma guarita com segurança:
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Acorda, seu guarda! |
As “artes” foram feitas com sprays e até rolos:
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Sem pressa, até com retoques |
Essa foi a pichação mais polêmica, com o nome do presidente do clube.
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O único culpado? |
Quanto tempo gastaram para fazer isso? Não tiveram medo de serem vistos? Deu pra desconfiar.
Na sexta-feira veio a confirmação da autoria das “homenagens”. A torcida Dragões Atleticanos, através do seu presidente, assumiu a autoria, ressaltando que foi um ato isolado de alguns integrantes sem o consentimento da direção da torcida.
O que estava mal, ficou pior. O vice-presidente Maurício Sampaio é um dos colaboradores da torcida. Talvez, por isso, os torcedores o pouparam e esqueceram de Adson Batista (aliado de Maurício), o homem que cuida do futebol do Atlético.
No sábado chega a notícia, confirmadas também por torcedores da organizada, de que Maurício vai renunciar.
Pessoas ligadas ao vice-presidente dizem que o motivo é uma divergência de idéias com o presidente Valdivino de Oliveira. Sabe-se que a decisão é irrevogável.
No meio desse reboliço, é forte a especulação que Adson Batista, sem clima, pode seguir o mesmo caminho.
Apresentando mais detalhes nesta bagunça, depois da derrota para os reservas do Coritiba, por 3 a 0, me chamou a atenção algumas declarações de Adson Batista e Hélio dos Anjos:
Adson Batista
“O Maurício Sampaio é insubstituível”
“Não vou me preciptar, vou chegar em Goiânia e vou conversar com o Maurício” (ao responder sobre uma provável saída em solidariedade ao Maurício)
“Só eles podem responder, não posso falar por ninguém” (ao ser perguntado sobre divergências entre Valdivino e Maurício Sampaio)
“O dia em que eu tomar uma decisão é por que não tem mais jeito”
Hélio dos Anjos
“Eu conheço três dirigentes abnegados na vida, entre eles está o Maurício”
“O Maurício esteve com a gente nas horas mais difíceis”
Por que ignoraram o presidente Valdivino de Oliveira?
Se existe mesmo um racha, que não foi negado por Adson, os dois tomaram partido. Aí a situação pode ficar mais delicada, isso soaria como afronta.
Maurício tem seu valor, deverá ser lembrado pra sempre. Mas não acho justo, indiretamente, pintarem Valdivino como vilão.
Sempre foi dito, por todos no Atlético, que Valdivino de Oliveira é um dirigente centrado, que viabiliza condições, aglutina forças e também cobra resultados.
Adson Batista, precisa e deve ser cobrado, poia a ele é dada autonomia para planejar e contratar. Isso ele vem fazendo mal, está dando quase tudo errado esse ano.
Paralelo a isso, neste domingo, no Tabelando, Anaílson, ex-Atlético fez uma declaração polêmica:
Na minha opinião, Anaílson analisa com propriedade. É verdade, e já pude conferir, que empresários frequentam o dia a dia do Atlético, mais do que em qualquer outro time. O time está perdendo o foco, parece que é cada um pra si.
Antes do torcedor lamentar a possível saída deste ou daquele dirigente, é bom lembrar que o clube deve estar acima disso. Ninguém é insubstituível e nem perfeito.
Nem Valdivino, nem Maurício e nem Adson colocariam o Atlético na Série A sozinhos. O diferencial rubro-negro nos últimos anos foi a unidade dos seus dirigentes, que desprovidos de vaidade, fizeram um Atlético vencedor.
A semana será decisiva. Caberá a Valdivino de Oliveira, o comandante, aparar as arestas ou tomar duras decisões.
Do jeito que está, não pode ficar.