Presidente da CBF confirma amistosos da Seleção com adversários que Tite não queria
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, disse em entrevista, na terça-feira (19/4), os dois próximos amistosos da Seleção Brasileira serão contra Japão e Coreia do Sul.
“Na última vez que eu conversei com o Juninho na semana passada, ele me informou que tem dois jogos certos, contra o Japão e a Coreia…” disse o presidente.
O que ocorre é que o técnico Tite, em entrevista exclusiva ao repórter Leonardo Baran, no dia 2 de abril. em Doha/Catar, disse que enfrentar seleções asiáticas não estava nos planos da comissão técnica da Seleção Brasileira. (vídeo abaixo)
Baran perguntou: “Vale a pena enfrentar seleções asiáticas?”
Tite respondeu: “Asiáticas não, independente do fato que futuramente (nas fases seguintes da Copa) possa ter um enfrentamento”.
O treinador ressaltou que a intenção é enfrentar seleções africanas, até pelo fato da seleção de Camarões estar no grupo do Brasil. Tite também lembrou da impossibilidade de não enfrentar alguma seleção europeia, que serviria de parâmetro projetando os confrontos contra Suíça e Sérvia na primeira fase da Copa do Catar.
E como o presidente da CBF “confirma” esses dois amistosos contra Japão e Coréia?
Vale ressaltar que Juninho Paulista, coordenador da Seleção Brasileira, estava na mesma sala acompanhando a entrevista de Tite ao Leonardo Baran.
Pode ter acontecido um desencontro de informações.
Até agora, oficialmente, os adversários dos amistosos de junho não foram confirmados.
Ou, pode ser, uma imposição da Pitch, empresa que é dona dos direitos de exploração comercial da Seleção, que tem contrato até o final desse ano com a CBF e tem poder de escolha de adversários e locais dos jogos amistosos do Brasil.
Se for isso será lamentável.
Justo na penúltima data Fifa antes da concocação para a Copa do Mundo do Catar.
Pior será se os amistosos forem na Coreia do Sul e no Japão. No dias preciosos de treinamentos a delegação gastará umas 20 horas de viagem e adaptação com fuso horário.
O contrato com a tal “Pitch” foi firmado em 2006 termina no final de 2022.
O presidente também revelou que, se for renovado, o acordo com essa empresa será revisto.
“O contrato termina em dezembro, e a CBF ainda não discutiu uma renovação. A CBF pode discutir a renovação ou ter novos horizontes, onde a seleção não seja tão sacrificada”
Na visão do presidente, na forma atual, o contrato é prejuducial, já que a Pitch não marca amistosos no Brasil.
O correto é que a escolha de amistosos e seus respectivos locais atentam prioritariamente critérios estabelecidos pela comissão técnica da Seleção Brasileira.
É o que as principais seleções do mundo fazem.