Quem mandou tampar a placa?
Uma cena patética. Tampar o nome do investidor que construiu o estádio do Palmeiras. No jogo entre Palmeiras e Atlético-MG no último sábado.
Quem viu a placa branca já lembrou de “Allianz”. A idiotice de quem fez isso chamou mais a atenção e ganhou mais mídia do que se não tivessem feito nada.
A CBF logo tratou de soltar uma nota dizendo que o fato não irá se repetir. Justificou que a empresa terceirizada encarregada dos procedimentos operacionais teve excesso de “zelo”.
Torcedores e funcionários do clube testemunharam que a pessoa que teria pedido para cobrir as placas teria dito que as ordens eram da Globo.
Pela nota a CBF admite a culpa. Mas se houve o excesso de zelo foi por causa da Globo. É ela que está com esses melindres principalmente com a empresa Allianz.
Os locutores são proibidos de falar o nome oficial do estádio.
Nesse ano em um jogo entre Palmeiras e Red Bull no Allianz disseram que Palmeiras enfrentou o RB Brasil na Arena.
A emissora que faz isso agora é a mesma que na Copa da Alemanha não se importava que seus locutores dissessem que estavam no “Allianz Arena” em Munique. Hoje, até nos textos dos sites, se referem ao estádio com a primeira letra minúscula, apenas como “arena”.
Isso seria excesso de zelo mesmo?
Acredito que a Globo tenha é medo.
Medo que surjam novos investidores que gastem mais do que ela.
É o dinheiro da Globo que move hoje o futebol brasileiro. Nada mais aterrorizante para ela do que ver uma seguradora que constrói estádios de Copa do Mundo e uma fábrica de energéticos que tem times de futebol e uma equipe na Fórmula 1, entrando com força no Brasil.
Já imaginaram se cada time do Brasileirão tiver o seu “Allianz Arena” lucrando 2 milhões de reais por jogo?
Não seriam mais os “mortos de fome” na hora da negociação dos direitos de TV.
Seria então a perda do controle da “toda poderosa”.
As atitudes de tentar esconder o nome dessas empresas não impedirão que os clubes evoluam e deixem de ser dependentes, mesmo que isso demore muito.
Os programas de sócios torcedores, royalties de produtos licenciados, patrocínios e a bilheteria redescoberta nas novas arenas são os caminhos para que em longo prazo as cotas de TV representem apenas uma parte dos ganhos dos times. Só depende deles.