CBF e a política

Na sexta-feira saiu essa notícia na Internet:

Juiz nega pedido de indenização da CBF contra jornalista Juca Kfouri

O pedido de indenização proposto pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e por seu presidente, Ricardo Teixeira, contra o jornalista Juca Kfouri foi considerado improcedente pelo juiz Antonio Aurélio Abi-Ramia Duarte, da 4ª Vara Cível da Barra da Tijuca.

A ação, de acordo com informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro foi motivada por uma nota publicada no blog do jornalista em 2007, intitulada “Senador da CBF”.

No texto, Juca Kfouri afirma: “o senador Delcídio Amaral, acusado de ter pego R$ 24 mil da empreiteira Gautama, cujo o dono está preso pela operação Navalha da Polícia Federal, para alugar um jatinho particular, recebeu R$ 100 mil da CBF nas eleições passadas. Alguma surpresa ?”

Para o juiz da 4ª Vara Cível, não havia no texto palavras ofensivas contra a entidade e seu presidente. Ele acolheu a preliminar sustentada por Kfouri para reconhecer a ilegitimidade ativa de Ricardo Teixeira, excluindo-o, assim, do pólo ativo da ação.

Segundo o juiz Antonio Duarte, a nota não é falsa ou fruto de invencionices do jornalista, ao contrário, afirma a pura verdade. “A conclusão dos fatos com base na verdade não pode ensejar dano moral algum, já que não é deflagradora de ilicitude alguma, sendo todos os fatos verdadeiros. A CBF, inclusive, não negou a doação de R$ 100 mil ao senador em questão, que foi realmente acusado de ter pego R$ 24 mil da empreiteira Gautama”, disse.

“O jornalista teve o propósito de divulgar uma doação confessada e publicada a um senador da República, sendo este dever de ofício. Tal conduta está rigorosamente em compasso com a liberdade de imprensa, na sua mais perfeita forma. O réu exerceu sua regular atividade, aliás, é dever de todo cidadão fiscalizar as doações efetuadas para as campanhas políticas, sendo legítimo o exercício de cidadania. Não há, portanto, conduta ilícita por parte do jornalista que somente divulgou a verdade”, destacou o magistrado na sentença.

Em relação à ilegitimidade ativa, o juiz falou que sequer, indiretamente, o réu faz menção a Ricardo Teixeira, o que leva a crer na inexistência de conduta lesiva com relação a este.

Concluo o seguinte:

Estranho como a CBF faz tantas doações para campanhas políticas.

Será que os clubes e federações foram consultados? Já que o dinheiro da CBF em tese seria deles também?

No site do TSE no link prestação de contas basta colocar o CNPJ 33655721000199, e observar as doações de campanha que a CBF tem feito nos últimos anos.

Com qual objetivo?

Em 2006 a CBF doou 500 mil reais para campanhas políticas. Por exemplo, 50 mil reais para a campanha de Leomar Quintanilha do PCdoB/TO, Marconi Perillo PSDB/GO (50 mil) e Roseana Sarney PFL/MA (100 mil). A entidade máxima do futebol brasileiro é de esquerda ou direita?

Robson Calheiros ganhou da CBF em 2004, para a campanha de vereador em Maceió, 50 mil reais. Aguinaldo Timóteo, candidato a vereador no rio, nesse mesmo ano foi ajudado com 10 mil.

Até no referendo do desarmamento em 2005, 100 mil reais sairam dos cofres da CBF em apoio à frente parlamentar “Por um Brasil sem armas”.

Entendo o Juca. Já é difícil entender essas doações, ainda mais para alguém que depois é envolvido em corrupção.

O político ganhou 24 mil da Construtora Gautama e 100 mil da CBF.

Que cada um pense o que quiser.

Andre Isac

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